Religião

Papa Francisco morre aos 88 anos e deixa legado de amor e transformação na Igreja

O Vaticano amanheceu de luto nesta segunda-feira (21) com a notícia do falecimento de Papa Francisco, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, sua residência oficial em Roma. A confirmação foi feita pelo cardeal Kevin Farrell, que, emocionado, falou do homem que revolucionou a Igreja e tocou milhões de corações ao redor do mundo. O pontífice vinha lutando contra uma pneumonia dupla e ficou internado por cerca de 40 dias. Mesmo debilitado, no último sábado (19), Francisco fez questão de comparecer à Basílica de São Pedro, e no Domingo de Páscoa (20) surgiu na Praça de São Pedro, abençoando milhares de fiéis em um gesto de fé e força. “Não cedam à lógica do medo. Usemos nossos recursos para ajudar os necessitados, combater a fome e promover a dignidade humana”, foram suas últimas palavras públicas, que ecoaram como um chamado final à humanidade.

Uma vida marcada pela fé e pela superação

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos. Formado em química, escolheu, ainda jovem, seguir a vocação religiosa, ingressando no seminário em 1958. Sua trajetória foi de uma entrega total: ordenado sacerdote em 1969, bispo auxiliar em 1992 e arcebispo de Buenos Aires em 1998. Em 2001, foi nomeado cardeal por João Paulo II, e em 13 de março de 2013, foi eleito Papa, escolhendo o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis — símbolo de humildade e amor aos pobres.

O Papa do diálogo, da simplicidade e da coragem

Francisco marcou o mundo com uma liderança que rompeu barreiras. Ele foi o Papa que andava de metrô em Buenos Aires, que recusou luxos, que chamou a atenção para os esquecidos e marginalizados. Seu papado foi símbolo de abertura: buscou o diálogo inter-religioso, enfrentou com coragem os escândalos de abuso sexual dentro da Igreja e trabalhou para construir uma instituição mais próxima das dores do mundo real. Em 2023, no auge de sua fragilidade física, Francisco se reuniu com vítimas de abusos em Portugal e exigiu mudanças profundas. Dois anos depois, em 2025, aprovou diretrizes mais inclusivas para os seminários, permitindo a entrada de homens gays que vivessem a castidade.

A luta contra a saúde debilitada

Desde jovem, Francisco convivia com graves problemas de saúde: teve parte de um dos pulmões removida e enfrentava crises respiratórias severas a cada inverno. Em 2023, precisou ser hospitalizado para tratar uma bronquite grave. Nos últimos meses, além da pneumonia, sofria com dores intensas no joelho, que o obrigaram a usar cadeira de rodas. Em fevereiro de 2025, uma nova internação enfraqueceu ainda mais seu corpo já combalido. O mundo acompanhava, aflito, enquanto ele lutava com dignidade até seu último suspiro.

Um legado que jamais será esquecido

Papa Francisco não apenas liderou a Igreja: ele a moldou para o futuro. Deixou uma marca indelével no coração dos católicos e também de quem, mesmo fora da fé cristã, reconhecia nele um símbolo universal de esperança, misericórdia e coragem. Em sua despedida, Francisco nos ensinou, mais uma vez, que o amor é mais forte do que qualquer dor. Que sua voz mansa, seu sorriso gentil e sua fé inabalável permaneçam ecoando nas ações de todos que buscam um mundo mais justo e humano.

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