Pirapora do Bom Jesus em Foco: Mineração Taboca é Vendida à CNMC por US$ 340 Milhões!
O grupo peruano Minsur anunciou a venda da Mineração Taboca para a China Nonferrous Mining Metal Company (CNMC) por US$ 340 milhões. A CNMC, uma das principais empresas chinesas com operações de metais não-ferrosos na Ásia e na África, assumirá o controle da Taboca, mas a transação ainda está sujeita a algumas condições que não foram divulgadas pelo grupo vendedor.
A Mineração Taboca é destaque no setor mineral brasileiro, tendo sido eleita como uma das Empresas do Ano do Setor Mineral 2024, na categoria Inovação e Tecnologia/Médio Porte. Reconhecida como a maior produtora de estanho no Brasil, a Taboca opera a mina de Pitinga, localizada em Presidente Figueiredo, no Amazonas, onde também extrai tântalo e nióbio. Além disso, possui uma unidade de metalurgia em Pirapora do Bom Jesus, São Paulo, responsável por processar o concentrado proveniente da mina e produzir o estanho refinado MAMORÉ, certificado pela Bolsa de Metais de Londres (LME), além de ligas de ferro-tântalo, ferro-nióbio e ferro-nióbio-tântalo.
Apesar de sua importância estratégica, a empresa enfrentou desafios financeiros em 2023, registrando uma produção de 5.386 toneladas de estanho refinado e 4.410 toneladas de ferroligas. Embora tenha superado o recorde histórico de produção de ferroligas, sua receita totalizou US$ 256 milhões, uma redução de 3% em relação a 2022. A queda foi atribuída a atrasos no transporte do concentrado, causados pelo baixo nível do rio Amazonas, que elevou os custos logísticos. O lucro líquido da empresa sofreu uma queda drástica, fechando o ano em apenas US$ 4,2 milhões, uma redução de 92% em comparação ao ano anterior.
Impacto em Pirapora do Bom Jesus
A venda da Taboca pode ter implicações significativas para o município de Pirapora do Bom Jesus, onde está localizada sua unidade de metalurgia. A planta não apenas gera empregos diretos e indiretos na região, mas também desempenha um papel fundamental na economia local, com impactos no comércio e na prestação de serviços. A entrada da CNMC no controle da empresa pode abrir novas oportunidades de investimento e modernização, mas também gera incertezas quanto à manutenção dos postos de trabalho e à continuidade das operações nos moldes atuais.
Especialistas apontam que o envolvimento de uma gigante global como a CNMC pode trazer avanços tecnológicos e aumentar a competitividade da produção nacional de estanho e ligas metálicas. Entretanto, a transição de gestão será acompanhada de perto, especialmente no que diz respeito ao compromisso da nova administração com a comunidade local e a sustentabilidade das operações.